quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Pano branco

Era uma fraldinha do Lucas. Cobri, limpei boca, usei de fralda mesmo quando as alergias atacaram.

Agora é cobertor de boneca.

Já foi bandana de pirata.

Véu de noiva.

Saia.

Kilt.

Vestido.

Toga.

E hoje me escondia.

- Cadê a mamãe? - eu perguntava, o olhar perdido na imensidão branca que me cobria o rosto.

A voz fininha de menino-moleque vinha do outro lado:
- Não tá atí!

De repente, depois de tanto me achar e me esconder, sucessivamente, saiu correndo:
- Tasmaaaa! Buuuu! Aaaaaah!

Eu era fantasma. Bu. Corram, crianças!


Que nunca se perca a incrível habilidade humana de ver para além do olhar.

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