terça-feira, 8 de setembro de 2015

O Dia em que a Mamífera Perdeu a Batalha do Mamá

Amamentar foi (e é), sem dúvida, a coisa mais louca que já me aconteceu depois de ter filhos. E me aconteceu em todos os níveis - físico, psicológico, emocional. Me descobri forte e frágil, extenuada e resistente, abri mão de algumas coisas em prol de tantas outras.

Aí essa noite eu precisei usar um creme dermatológico e fiquei com medo de amamentar.

Aí o Lucas tomou o leite artificial e veio para o meu peito só pra divertir, aconchegar e dormir.

E aí... ele dormiu.

O menino que eu digo pra todo mundo "desde que eu voltei a trabalhar ele não dorme, não sei porquê, só fica no meu cheiro, só quer dormir no peito, acho que sente minha falta". Este menino. Ele estava com fome.

Eu me senti derrotada. No meio da noite, em silêncio, no escuro, com ele no meu aconchego, dormindo sereno, chorei. Porque sei que tem todo o "ah, mas o leite humano é de digestão mais fácil, o leite artificial pesa no estômago e ele dorme, mesmo!". Mas antes de eu voltar a trabalhar, ele dormia. Como dormiu hoje, até as 05h da manhã. E era só o meu leite. Ou seja, voltar a trabalhar mexeu com a minha produção, eu sabia, e mexeu neste nível - de não deixar o meu filhote dormir direito.

Ele vai continuar tendo o meu peito. A mim. Sempre. Porque sei que se eu desistir e "vamos logo dar a mamadeira que daí todo mundo dorme!", minha produção vai diminuir ainda mais e logo nosso vínculo mamífero será transposto. Sei que vamos transpor isso, mas não vou facilitar. Vou é matusquelar e buscar e tentar fazer as nossas noites mais serenas, como for. Ele em primeiro lugar, sempre. Mas há que se ter um jeito.

Quem disse que os filhos nos ensinam em alguns meses tudo que mais de 20 anos de ensino formal não são capazes de ensinar? Pra você, minha reverência.

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