segunda-feira, 4 de maio de 2015

O que você vai ser quando crescer?

Trocando o curativo do pé.

- Mamãe, você é médica?
- Médica? Não, filha... Não sou.
- Ah, queria que você fosse médica.

Considerando-se os dias que passaram, de gripinhas, alergias, coisinhas... pensei um instante:

- Sabe, às vezes eu também queria ser médica.
- O pai de Fulano é médico.
- É mesmo?
- É. Fulano falou.
- Legal, né?
- É. Mas o que você faz, então?
- Eu sou arquiteta.
- Asteca?
- Não, ar-qui-te-ta.
- Ah... O que isso faz?
- Faz casa.
- Casa?

Peguei o brilho no olhar dela. Não deixei ele sumir.

- Faz casa. E prédio.
- Prédio? Que nem o da Tia Talita? Da Malu e do João?
- É. Como os prédios deles. E de outros tipos, também. Escola, hospital...
- E o que mais?
- Mamãe queria muito fazer praça, parque...
- Parque?!
- É. Quem sabe um dia eu consigo fazer um.
- Minha mãe faz parque!

E saiu repetindo, correndo pela casa, empolgadona.
E eu nunca fiz um parque sair do papel.
Talvez eu nunca faça.


Mas sabe, eu acho legal ser arquiteta. Hoje foi muuuuito legal.

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