terça-feira, 28 de outubro de 2014

Mas já?

Todo mundo tem essa coisa de "ah, que pena que cresce". Oras. Que bom que crescem. Que bom que a gente os conhece e aprende com eles, e eles passam a nos corrigir. Sim, criancinhas são graciosas. Mas eu descobri, com muito custo, aliás, que eu gosto dos seres humanos. Na íntegra.

Indo à papelaria com Ana Clara, fiz o que tenho tentado fazer tantas vezes nessa gravidez. Conscientizá-la. Mamãe tem um barrigão, por enquanto, mas em breve teremos um bebê em casa.

- Já pensou? Logo, logo, o Lucas vai sair da barriga da mamãe e a gente vai ter um neném na nossa casa...

- Um bebê!

- É, um bebê.

- Mas mamãe... eu não quero ele grande. Quero ele pequenininho.

- Ana, ele vai crescer. Como você.

- Mas, mãe... eu quero dar mamá... e trocar fralda! Fazer dormir...

- Nós vamos fazer isso, filha, bastante tempo. E ele vai crescendo, pra brincar com você...

Fez um biquinho.

- Mas, olha... Não importa o quanto vocês dois cresçam, você sempre será a irmã mais velha. Ele sempre será seu irmãozinho mais novo.

O olhinho brilhou:

- Eu? Irmã mais velha?

- Você, Ana. Minha primogênita. E o Lucas meu caçula.

E com o sorriso do olhar dela, nós três fomos andando, no sol de Outubro, curtindo a nossa manhã de primavera. Eu, a primogênita e o caçula.

Um comentário:

  1. Também chamo meu mais velho de primogênito. E ele ama. Outro dia chamou sua melhor amiga de amigogênita. Rsrs
    Delicias de textos. Beijos

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